A Presidente Dilma, numa atitude de inconsequência banal e incompetência de decisão, rejeita o projeto do Ato Médico como originalmente aprovado no Congresso, aí apresentando modificações pífias e inadequadas que atingem fatalmente a essência do funcionamento da própria profissão. A relação médico-paciente, por soberana e inviolável, tem como característica a confiança e o respeito mútuos, situação essa impedida de acontecer caso venha a ocorrer aí a imposição de um comando autoritário, assim relegando o trabalho de um médico a uma reles encenação farsesca, como se sua mera presença física e meras palavras proferidas bastassem para o alcance da cura, do bem estar e da tranquilidade emocional que um paciente necessita ao procurar o tratamento devido. Por tão complexa que se apresenta a questão, o que se espera de um bom governante é que ele venha a promover uma discussão séria, profunda e respeitosa sobre o enorme espectro desse assunto, ao invés de apresentar para isso a caricatura das soluções intempestivas e rasteiras muito mais próximas do interesse eleitoreiro do que da verdadeira intenção de prover benefícios reais à saúde de quem busca o atendimento na rede pública do país. É um escárnio para com uma classe de profissionais que já carrega consigo o peso árduo da própria dificuldade em lidar com uma gama de conflitos, mas que ainda assim tenta apresentar o melhor de si nessa tarefa muitas vezes inglória de lidar diuturnamente com as malhas do sofrimento alheio. O mínimo que se pode esperar quanto a isso é humildade na condução das discussões sobre esse assunto, e a dignidade de uma postura de respeito. Do mais simples respeito.
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