sexta-feira, 5 de julho de 2013

Aqui prefiro viver

                      O país que mostra uma súbita efervescência no mais das vezes pacificada, tomado pelo impulso inesperado de expressar sentimentos há muito silenciosamente contidos e sofridamente ruminados, dirigido pela idéia de cultivar um resto que seja de vestígio de esperança, de possibilidade de crença na construção de um futuro muito menos hipócrita e canalha... o país que se opõe ao cinismo da mentira, à hediondez da escravidão e que escancara uma resistência à pressão de se deixar emudecer... que não aceita tão candidamente quanto se pensara o subterfúgio dos engodos, das imposições submissas, dos planejamentos cretinos... que brada o desejo fraterno... o país que sintoniza a teimosia das alegrias e o encanto da solidariedade... que dança vida no calor do mais trágico espanto... que  sabe trazer sorriso  ao meio de uma triste realidade... o país que ao tirano remete flores,  que ao bárbaro declama poesia e que se perpetua lutador e livre pela própria natureza humana de seu leve permanente caminhar... esse o país que me orgulha, esse o país que me encanta e  que me faz considerar: não é em vão!... o meu país!

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