sábado, 13 de julho de 2013

Sobre decisões irresponsáveis

                           A Presidente Dilma, numa atitude de inconsequência banal e incompetência de decisão, rejeita o projeto do Ato Médico como originalmente aprovado no Congresso, aí apresentando modificações pífias e inadequadas que atingem fatalmente a essência  do funcionamento da própria profissão. A relação médico-paciente, por soberana e inviolável, tem como característica a confiança e o respeito mútuos, situação essa impedida de acontecer caso venha a ocorrer aí a  imposição de um comando autoritário, assim  relegando o trabalho de um médico a uma reles encenação farsesca, como se sua mera presença física e meras palavras proferidas bastassem para o alcance da cura, do bem estar e da tranquilidade emocional que um paciente necessita ao procurar o tratamento devido. Por tão complexa que se apresenta a questão, o  que se  espera de um bom governante é que ele venha a promover uma discussão séria, profunda e respeitosa sobre  o enorme espectro desse assunto, ao invés de apresentar para isso a caricatura das soluções intempestivas e rasteiras muito mais próximas do interesse eleitoreiro do que da verdadeira intenção de prover benefícios reais à saúde de quem busca o atendimento na rede pública do país. É um escárnio para com uma classe de profissionais que já carrega consigo o peso árduo da própria dificuldade em lidar com uma gama  de conflitos, mas que ainda assim tenta apresentar o melhor de si nessa tarefa muitas vezes inglória de lidar diuturnamente com as malhas  do sofrimento alheio. O mínimo que se pode esperar quanto a isso é humildade na condução das discussões sobre esse assunto, e a dignidade de uma postura de respeito. Do mais simples respeito.     

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Aqui prefiro viver

                      O país que mostra uma súbita efervescência no mais das vezes pacificada, tomado pelo impulso inesperado de expressar sentimentos há muito silenciosamente contidos e sofridamente ruminados, dirigido pela idéia de cultivar um resto que seja de vestígio de esperança, de possibilidade de crença na construção de um futuro muito menos hipócrita e canalha... o país que se opõe ao cinismo da mentira, à hediondez da escravidão e que escancara uma resistência à pressão de se deixar emudecer... que não aceita tão candidamente quanto se pensara o subterfúgio dos engodos, das imposições submissas, dos planejamentos cretinos... que brada o desejo fraterno... o país que sintoniza a teimosia das alegrias e o encanto da solidariedade... que dança vida no calor do mais trágico espanto... que  sabe trazer sorriso  ao meio de uma triste realidade... o país que ao tirano remete flores,  que ao bárbaro declama poesia e que se perpetua lutador e livre pela própria natureza humana de seu leve permanente caminhar... esse o país que me orgulha, esse o país que me encanta e  que me faz considerar: não é em vão!... o meu país!