terça-feira, 16 de novembro de 2010

Por que se sacrifica a liberdade?

Em artigo hoje publicado na Folha, Vladimir Safatle aponta a questão da liberdade pelo  viés hegeliano que toma a pauperização da sociedade como um impedimento às livres decisões. Já ouvi essa história outras vezes, e sei que ela desemboca inexoravelmente no universo do autoritarismo e do pérfido desrespeito aos direitos individuais. Num contraponto ao argumento da esquerda de que  ¨uma classe pauperizada é mantida alienada dos recursos para desenvolver o próprio pensamento e a  livre conceituação¨, num contraponto a isso, cito a velha máxima da direita de que ¨o povo não sabe votar¨. E ambos levantam esses respectivos ¨troféus¨ como uma ultrapassada máscara  para se apropriar do poder de decisão da vida alheia. Respeitando-se as regras de convivência coletiva, que se deixe o indivíduo adulto decidir se vai ou se não vai, se quer ou se não quer, se gosta de um ou de outro ou de todos ou de nenhum, se toca bumbo, ou se toca pandeiro, se pinta roxo ou se colore de amarelo, se samba carnaval, se rege Beethoven, ou se reza na clausura. Que se enterrem definitivamente as sanhas políticas do ¨papai Governo¨ou da ¨mamãe Estado¨, único vil argumento utilizado para massacrar o inerente direito humano de simples acesso à sua própria liberdade!    

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